Governo adia lançamento do Plano Safra, gerando críticas da bancada do agronegócio

Governo adia lançamento do Plano Safra, gerando críticas da bancada do agronegócio

Frente Parlamentar Agropecuária critica decisão como desorganização e ineficiência do governo federal

O governo federal decidiu adiar o lançamento do Plano Safra, um conjunto de medidas de incentivo aos produtores rurais através de linhas de crédito, que estava previsto para acontecer nesta quarta-feira, 25. Agora, o lançamento está agendado para o dia 3 de julho. A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) criticou a decisão, classificando-a como uma “total demonstração de desorganização e ineficiência do governo federal”.

Divergências internas e necessidade de ajustes

A decisão foi tomada após uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar). Apesar das expectativas de que o plano seria anunciado logo após a reunião, o ministro Paulo Teixeira informou o adiamento, justificando a necessidade de preparar uma cerimônia “bonita” para a imprensa.

No entanto, divergências internas sobre as condições oferecidas pelo Plano Safra também contribuíram para o adiamento. Lula pretende anunciar um valor superior a 510 bilhões de reais em recursos para o financiamento da agricultura familiar e empresarial, um aumento em relação aos 364,22 bilhões de reais do ano passado. Fontes do governo indicam que ainda há ajustes a serem feitos.

Consequências do adiamento

Este é o segundo adiamento do lançamento do Plano Safra. Inicialmente, a cerimônia estava marcada para a semana passada em Rondonópolis (MT), mas foi alterada devido a preocupações com possíveis manifestações contrárias ao presidente na região, considerada de maioria bolsonarista.

A FPA, em nota, lamentou o adiamento, destacando que os produtores rurais ficarão desprotegidos durante a primeira vigência do plano. “Todos os problemas que estiverem na proposta inicial ainda precisarão ser corrigidos, o que leva mais tempo para a chegada do crédito real aos produtores,” afirmou a nota.

A bancada do agronegócio vê a decisão como um sinal preocupante da gestão federal diante da crise no setor e da política de arrecadação fiscal, que, segundo eles, penaliza o setor agropecuário enquanto falha em controlar os gastos públicos no país.

Redação Fatuz