Selic elevada, mas adequada ao momento atual, diz BC
Falta de coordenação fiscal e monetária exige alta nos juros
O Banco Central (BC) justificou a decisão de manter a taxa Selic estável, em um cenário onde a inflação não converge para a meta e a política fiscal se deteriora. A taxa de juros está muito mais alta do que o desejado, mas ajustada à realidade econômica brasileira.
Decisão unânime e justificada
Após uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em que a Selic foi mantida inalterada de forma unânime, o BC destacou a necessidade de serenidade e moderação diante de um processo desinflacionário lento e um cenário global desafiador.
- Cenário inflacionário
- Inflação acumulada de 12 meses acima de 4%
- Preços de serviços entre 4,5% e 5%
- Expectativa de inflação para 2025 subindo de 3,5% para 3,9%
Meta de inflação e credibilidade econômica
A recente alteração na meta de inflação para 2025, de contínua ao invés de anual, foi uma medida positiva. A nova regra, confirmada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), proporciona mais flexibilidade para acomodar choques inflacionários e exige um plano após seis meses de descumprimento das bandas da meta.
- Impactos da alteração
- Flexibilidade para lidar com choques
- Maior importância da escolha do próximo presidente do BC
Impacto nos ativos e desafios fiscais
Apesar das boas notícias monetárias, a reação dos mercados foi limitada. A taxa de câmbio permanece elevada, refletindo a falta de confiança na política econômica devido ao aumento de impostos e déficits públicos crescentes.
- Desafios fiscais
- Dívida pública crescente e preocupante
- Superavit primário insuficiente para estabilizar a dívida
- Aumento nos títulos soberanos prefixados e indexados, encarecendo a dívida
A taxa de juros elevada é um reflexo da falta de coordenação entre as políticas fiscal e monetária. Com crescimento econômico forte, desemprego baixo, inflação alta e deterioração das contas públicas, o ajuste necessário deve vir dos gastos do governo. A Selic está corretamente ajustada ao momento, mas a sustentabilidade econômica depende de uma política fiscal mais alinhada e responsável.