Tragédia reflete crise econômica que agrava condições de vida no país
Uma explosão envolvendo um caminhão-tanque deixou pelo menos 80 mortos no estado de Níger, na Nigéria, no último sábado (18). O veículo, que transportava 60 mil litros de gasolina, sofreu um acidente na rodovia que conecta a capital Abuja à cidade de Kaduna, no cruzamento conhecido como Dikko. Após o capotamento, dezenas de moradores locais se aproximaram para tentar recolher o combustível derramado, mas foram surpreendidos pela explosão.
O diretor do Corpo Federal de Segurança Rodoviária, Kumar Tsukwam, confirmou o número de vítimas e destacou que a maioria era composta por moradores em situação de vulnerabilidade extrema. “As condições econômicas têm levado muitos a arriscar a própria vida por gasolina”, afirmou.
Crise econômica e tragédias recorrentes
A Nigéria, maior produtora de petróleo da África, enfrenta uma severa crise econômica desde 2023. A decisão do presidente Bola Tinubu de remover subsídios históricos sobre o combustível fez o preço da gasolina disparar mais de 400% em menos de dois anos. Com isso, grande parte da população não consegue pagar pelo produto, o que tem levado ao aumento de incidentes trágicos como o de sábado.
Em outubro de 2024, uma explosão semelhante matou mais de 170 pessoas no estado de Jigawa, ao norte do país. Essas tragédias têm se tornado comuns em um cenário de desespero, onde famílias inteiras dependem de atos arriscados para obter recursos básicos.
Riscos e falta de conscientização
Além das mortes, a explosão danificou outro caminhão-tanque que estava próximo ao local. As autoridades locais destacaram a necessidade de conscientizar a população sobre os riscos de se aproximar de veículos acidentados que transportam combustíveis. Bologi Ibrahim, porta-voz do governador do estado do Níger, reforçou o alerta: “A segurança deve ser prioridade, especialmente em situações de alto risco.”
O episódio é mais um reflexo da instabilidade econômica e social da Nigéria, que continua enfrentando dificuldades para proteger sua população das consequências de uma crise sem precedentes. Enquanto isso, as tragédias seguem expondo a fragilidade de um país onde o desespero faz vítimas diariamente.
